Peso desnecessário tem o dom de se transformar em tristeza

Peso desnecessário tem o dom de se transformar em tristeza

Carga extra faz doer os ombros, com o tempo desgasta as articulações. Eu tenho me livrado do que pesa para mim, dos excessos que me fazem andar com a cabeça baixa e impede que eu chegue onde eu quero mais facilmente, sem ter que me preocupar com bagagem ou cruzes. Normalmente o que pesa é desnecessário e o peso desnecessário tem facilidade de se transformar em tristeza e dor. E a dor às vezes nem é só sentimental, há pouquíssimo tempo eu fiquei de molho, com dores musculares por carregar cargas pesadas. Como eram dessas que eu podia me livrar, depois de idas ao médico, muito remédio e bolsa d`água quente joguei pela janela o que há tempos não se encaixava na minha vida.

Mas tem peso que vem como cruz, é preciso carregar e aprender com o que a carga tem a ensinar. No entanto, há de se procurar um lugar para deixar a cruz, acomodar as pedras na mochila para poder viver melhor. Em algumas situações o sofrimento parece ser a única opção e em um primeiro momento é mesmo; só que apenas com a própria vontade é possível reverter a situação. São pedaços tão difíceis da vida que não houver vontade genuína de encontrar serenidade atém qualquer pessoa, impede de ver o restante da longa estrada.

 Porém, existem alguns pesos que no correr do dia a dia penso ser obrigada a carregar, mas quando reflito por um minuto vejo que posso me livrar deles. Seguir padrões, olhar muito a vida do outro fazem certos pesos parecerem obrigatórios. Daí o ” é assim mesmo” faz tudo parecer normal e imutável. Há tempos eu sempre me faço a pergunta: será que tem que ser assim mesmo? Daqui a 10 anos eu irei me orgulhar disso ou vou sentir pena de mim? São as perguntas que me dizem se devo ou não continuar com qualquer história, caso eu veja que não vale a pena coloco um ponto final, sem medo, independente do que vão dizer.

Eu não sou obrigada a carregar o peso de uma vida que os outros dizem que eu devo viver nem levar situações dolorosas com as reações típicas e pesadas que elas parecem impor. Eu quero é ser leve. Carregar um peso durante uma, duas horas, às vezes parece nem incomodar, mas ao final do dia torna-se insuportável, atrapalha o sono e o dia seguinte. Eu quero é leveza para caminhar com a certeza de que a noite sonharei, antes e durante o sono merecido.    

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Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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