Menos feminista e mais humanista

Menos feminista e mais humanista

Chega ao fim mais um 8 de março, dia de flores, chocolates, lembretes de como as mulheres tiveram que lutar por poder vestir-se como queriam, trabalhar e muito mais. Nunca fui contra a bandeira feminista e menos ainda a favor do machismo. Eu torço o nariz é para o excesso dos dois gêneros, quando encontram picuinha em falas e brechas no movimento para conseguir algo. Aliás, os homens já até têm o dia deles, mas desconheço um movimento com nome e tudo para defendê-los. No entanto, vejo traduzido em frases como “Mas eu sou homem”, “Homem pode” para isto ou aquilo. Dessa forma, temos aí um “hominismo” sim, embora ninguém tenha o nomeado, com o termo melhor que este, inclusive.

O que vejo pouco é gente que realmente esqueça essas diferenças de gênero para defender o ser humano. O que tem é quem lute pelos direitos humanos de um outro jeito, baseado em leis para os que vivem enclausurados, por exemplo. Porém, falo em atitudes que fariam a diferença na evolução de homens e mulheres no mundo. Afinal, independente de ser homem ou mulher, sei que todos erram e acertam, depende da situação. Pertencer ao sexo masculino ou feminino não deveria absolver, ou condenar, ninguém.

Se as pessoas fossem mais humanistas em vez de feministas ou machistas, todos seriam avaliados da forma que são, como seres únicos, com suas particularidades. Hoje mesmo o Esporte Espetacular mostrou a história de uma menina que produz hormônios masculinos demais e por isso foi impedida de correr nas Olimpíadas do Rio em 2016. A indiana não aceitou a sentença e vai querer que revejam a decisão. Eu penso que se ela tiver testosterona como os homens por que não deixá-la competir com eles? Nesta situação hipotética (ou não), até biologicamente existe igualdade.

E o que dizer de quem nasce mulher e sente-se homem e vice-versa? Como fica o direto destas pessoas? Vejo pouca gente disposta a entender ou pelo menos respeitar e tantos outros dispostos a dizer “aquela bichinha”, “o viado”, o “traveco”.  Muitos até tomam atitudes criminosas simplesmente por estas pessoas terem escolhido mudar. Porém, antes de ser viado, bicha, gay, traveco ou o que o valha, é um humano e nunca deixará de ser.

Na verdade, somos humanos durante toda vida, mas humanistas só alguns, os dispostos a serem realmente bons e justos.

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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