Resenha: A Sutil Arte de Ligar o Foda-se!

Resenha: A Sutil Arte de Ligar o Foda-se!

Antes de qualquer comentário sobre A Sutil Arte de Ligar o Foda-se, preciso dizer que paguei língua. Sempre fui contra livros de autoajuda. O que me levou a ler a obra de Mark Manson foram as recomendações. Tanta gente me indicou o livro da capa laranja que foi impossível ignorá-lo. Eu precisava fazer a leitura para tirar minhas conclusões! A avaliação geral é que vale a pena, adianto.

A linguagem de Mark Manson é bem fluida, o livro é fácil de ler, a leitura é gostosa. Além disso, a escrita é bem mais aprofundada do que a autoajuda costuma ser. Tem menos imperativos e mais reflexões. Traz dados científicos, histórias de grandes nomes e teorias do próprio autor bem fundamentadas.

A Sutil Arte de Ligar o Foda-se é mais sobre com o que se importar do que sobre o que devemos chutar o balde. Acontece que para dizer sim ao que de fato importa é necessário falar não para todo o restante.  Por isso, o botão do foda-se precisa ser acionado frequentemente. Mas, antes, é preciso saber o que é caro para você, pautado nos seus valores. Quando o que te guia é fraco, sua vida será pesada, quando é forte, será mais leve, de acordo com Manson.

São inimigos frequentes de viver de acordo com o que de fato acreditamos: arrogância, ego, ambição. Eles nos levam, nas palavras de Manson, a falar sims que colocam o peso do mundo nas nossas costas. Se dedicar a muitas coisas é algo que também nos prejudica. Na interpretação de Mark, o foco é primordial para fazer de fato o que se quer com toda a verdade que podemos.

Os excessos também enganam. Ele dá como exemplo as viagens que fez como mochileiro, uma hora cansou. Ele pulava de uma experiência de euforia a outra e não estava construindo o que realmente é recompensador.

Estranho, paradoxal?

Não! Ter só vida boa, digamos assim, é bem vazio. A felicidade, para Manson, vem do cumprimento de metas. E mesmo que sejam grandes, o “segredo” é quebrá-las em partes menores para que cada etapa seja algo especial e menos complexo.

Assim, ligar o foda-se também é escolher os problemas que você quer resolver, simplificá-los e diminuir a lista de pendências, bem como nossas tarefas. Fugir é impossível! Comprometimento é fundamental, contando que você goste da luta, do dia a dia das batalhas. O que fará a diferença na sua vida é escolher com qual “merda” você vai lidar, pois há um propósito maior nisso, pautado nos seus valores.

“Todo mundo e todos os programas de TV querem nos convencer de que a felicidade depende de um emprego melhor, um carro mais potente, uma namorada mais bonita, uma jacuzzi, uma piscina para os filhos. O mundo não cansa de indicar um caminho para a felicidade que se resume a mais e mais e mais: compre mais, tenha mais, faça mais, transe mais, seja mais. […] O segredo para uma vida melhor não é precisar de mais coisas; é se importar com menos, e apenas com o que é verdadeiro, imediato e importante”. (p. 13)

Descobrir os parâmetros para os sims e nãos da vida é bem complexo. Dá trabalho! Só depois de exercícios frequentes de autoconhecimento é que sabemos quando lançar mão do foda-se.

Ao contrário do que pode-se imaginar, ligar o foda-se é uma atitude responsável e muito bem pensada. Como chegar à conclusão do que é importante para você, Manson explica no livro. É complexo explicar aqui e a resenha ficaria bem grande hehehehe.

Histórias interessantes sobre a sutil arte de ligar o foda-se

Mais do que as experiências pessoais, Mark Manson conta histórias de grandes figuras que ligaram o foda-se ou fizeram descobertas, viveram de acordo com o que precisamos para ter uma rotina mais autêntica e honesta. Afinal, para mim, a sutil arte de ligar o foda-se existe para isso, ser honesto com você mesmo e com quem te cerca. E acredite, dá pra fazer isso com gentileza!

Por ele são citados o quinto Beatle, Pete Best, Bukowisk, William James. Esse último nunca havia conseguido levar nada na vida em diante. Daí, ele se fez um desafio: se responsabilizar por tudo que lhe acontecia durante um ano. Nesse período, William foi bastante produtivo e tornou-se o primeiro a ministrar um curso de psicologia nos Estados Unidos. Ele é conhecido como o pai da psicologia americana.

São muitas as referências interessantes. Assim, o livro aumenta bastante o conhecimento de cultural geral. Eu até adicionei outros livros citados por Manson, como “A negação da morte”, de Ernest Becker, na minha lista de leitura. Escrito quando Becker sabia que iria morrer, a obra ganhou um Prêmio Pulitizer, um dos maiores da literatura mundial.

Aliás, o contato com a morte, por ver alguém importante morrer, também é fundamental para ressignificar a vida. Eu tive a prova disso com algumas perdas e espero que ninguém tenha que vivenciar o luto para pensar de formas mais aprofundadas sobre a própria existência. Assim, em vez de evitar o assunto, livros como esse vêm a calhar.

Conclusão:

Eu recomendo, tanto o livro quanto praticar a sutil arte de ligar o foda-se!

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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