Porque escolhi Divinópolis mesmo sendo tão parecida e diferente de BH e Ibitira
Entre idas e vindas, devo ter uns dez anos de vivência em Divinópolis, os últimos três eu nunca pensei que fossem acontecer, mas felizmente Deus torna os desejos, até aqueles que não botamos muita fé, possíveis. Quando ouço que a cidade é ruim, não dá futuro, eu deixo falarem, são os mesmos argumentos que escutei sobre Belo Horizonte, capital chamada de roça grande. No dia a dia, sempre escuto que o povo daqui fala demais, que certas coisas só acontecem em Divinópolis e que é a cidade da cópia, basta abrir um empreendimento para outro semelhante aparecer. Em Ibitira isto também acontece e Belo Horizonte segue a regra. Seja a laranjinha ou a paleta mexicana, tudo que parece ser uma boa ideia é copiada, em qualquer cidade.
Sim, o pessoal de Divinópolis fala mesmo, o de Ibitira também e o de BH não fica de fora. Só que em cidades pequenas e médias o falatório se espalha de maneira mais geral, enquanto nas grandes fica restrito a alguns grupos, a fofoca é segmentada. E claro, certas coisas só acontecem na Cidade do Divino, para o bem e para o mal, e é isto que confere autenticidade a ela.
Quando dizem que o trânsito está quase igual ao de BH dou risada, nunca peguei engarrafamento aqui, já lá, até quando vou visitar é certo. O ir e vir dos carros em Divinópolis realmente causa nervosismo em muita gente, mas, meus caros, é mais pela forma de dirigir do que pela quantidade de veículos. E lotação cheia? Em Divinópolis às vezes me deparo com algumas, mas só de vez em quando, em Belo Horizonte por sorte eu achava lugar para sentar em horário de pico.
Eu não odeio Belo Horizonte ou Ibitira, as cidades nas quais morei, gosto das duas, particularmente de Ibitira onde fui criada. Mas para viver me sinto melhor em Divinópolis. Acredito que o que torna uma cidade melhor ou pior do que a outra é o perfil de cada um. Escolhi poder viver com mais tranquilidade, estar a 2 horas de BH para poder ir até lá quando não conseguir resolver o que preciso aqui, ficar mais perto da minha avó e de Ibitira.
Escolhi poder andar com menos medo, embora a violência seja crescente, e desfrutar dos programas que me fazem bem em vez de passar horas no trânsito. É certo que há mais opções de shows, exposições, cursos e outros na capital. Mas para ser sincera comigo mesma, só aproveito o que reservo um tempinho para poder desfrutar e nem aqui consigo ir em tudo. E em Divinópolis também existe programação cultural, dia desses um amigo que mora, mas conhece pouco Divinópolis, me pediu dicas, quando falei ele ficou surpreso da quantidade de opções aqui.
Desconheço o que irá me acontecer, se a vida seguirá como planejo, mas no que depender de mim, comemorarei todos os aniversários de Divinópolis na cidade até o fim dos meus dias, como este 1 de junho. Problemas existem em qualquer cidade, grandes, médias ou pequenas, e são atá parecidos. O comportamento dos moradores varia muito pouco e tem coisas que só acontecem em Divinópolis, Ibitira e Belo Horizonte. Basta saber onde os problemas vão afetar menos minha vida e os acontecimentos únicos me fazerem mais rir do que lamentar. É por isso que quero levar minha vida aqui, na Cidade do Divino.