Para Francisco
O livro “Para Francisco”, de Cristina Guerra, a Cris Guerra do Hoje Vou Assim, é uma das histórias mais emocionantes que já conheci, a prova de amor de uma mãe que viu o marido morrer quando ela ainda estava grávida e fazia questão de que o filho soubesse como o pai era. É mais que um livro, é um gesto de amor. Apesar da dor de perder o pai do filho há dois meses do parto, Cris dá um presente à Francisco antes mesmo de ele nascer. A intenção inicial é que o menino que ainda estava no ventre e hoje com oito anos conhecesse o pai. Assim, Cris começou a escrever para o filho em um blog, no qual li a história pela primeira vez. Enquanto eu não cheguei ao final das publicações não me dei por satisfeita.
É impossível não chorar, perdi as contas de quantas vezes as lágrimas rolaram enquanto eu via as postagens da Cris. É muita dor, tristeza, mas sobretudo amor. Recolher tudo que o luto desperta para seguir em frente exige um dos maiores esforços. Tem quem prefira não falar, porém a verborragia pode ser uma saída interessante. No caso de Cris, falar era mais do que uma forma de transformar os sentimentos, quase que uma missão de mostrar ao filho o legado que o pai deixou e o quanto ele o amava.
Cris fala sobre outras perdas que teve ao longo da vida e faz a gente refletir a cada linha. Na época que comecei a ler ainda não tinha visto a morte tão perto de mim e atualmente folheio o livro para tentar entender os sentimentos e transformações que ela provoca em quem fica.
E quem quer se emocionar e entender melhor as perdas, pode conferir a história de várias maneiras. Em breve, “Para Francisco” se tornará filme. O roteiro, mesmo antes de ser rodado, já recebeu prêmios. Pelo tema e trama linda e triste nem é surpresa, né?
Deixo a descrição sobre o livro só para comprovar que o livro, blog e filme (que nem está pronto) valem muito a pena.
Um homem tem morte súbita, dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce este blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos questionamentos. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. E uma pressa em falar para o Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma (só por garantia).
E vai um book trailler lindo, com imagens filmadas pela Cris e Gui, pai do Cisco, durante a gestação.