O rei aos pés de GTO
A genialidade do artista plástico Geraldo Teles de Oliveira, o GTO, já havia chegado longe, inclusive a ouvidos de gente ilustre. As esculturas do itapecericano, que fez de Divinópolis morada durante a vida toda, eram objeto de desejo de muita gente, de todas as partes do país e do mundo.
A casa, onde hoje é o Museu Residência GTO, no bairro Niterói, ficava cheia. Não havia quem não quisesse ver bem de perto as obras de arte extremamente originais do artista.
As rodas da vida esculpidas em madeira encantavam. Eram mandalas, manifestações folclóricas, tudo talhado de uma maneira nunca vista antes. Foram parar muito além da terra do Divino, expostas na Capital Mineira, Palácio das Artes.
Foi aí que muitos artistas foram até Belo Horizonte ver as obras de Geraldo Teles, onde fez uma das exposições. Dentre os artistas estava o rei Roberto Carlos. Tão logo chegou a notícia de que o cantor iria à exposição, muitos correram entusiasmados para contar ao GTO.
- Seu Geraldo, quem vem aí é o Roberto Carlos, trata ele direitinho, feito um rei.
- Por que eu tenho que tratá-lo melhor?
- Ele é um artista famoso, um dos mais queridos do Brasil, as músicas dele são admiradas por todo mundo. Não há quem não goste de Roberto Carlos.
- Eu vou tratar ele bem sim, mas igual trato todo mundo, igual todo mundo que vem aqui apreciar a minha arte.
- Mas o senhor não é fã dele?
- Eu me interesso mais é pelas músicas de folia de Reis.
E assim quem dava o conselho recebeu uma lição de vida, humildade. Desistiram de fazer com que GTO desse um tratamento diferenciado à Roberto Carlos, o que não impediu que o rei comprasse algumas peças do artista. Quem ficou aos pés, prestou reverência na ocasião foi o cantor, interessado na obra sobre a qual ouvia falar e que viu o quanto era autêntica e expressiva.