O ineditismo da repetição
Há quem deteste saber qualquer coisa sobre as histórias que irá ler ou assistir. Porém, outros tantos sentem o gosto de rever o que mexeu com a emoção muitas vezes. É o que faz Marcelo Rodrigues. Ele vai ao cinema e mesmo depois de ver tudo quer ter os bons filmes junto a ele, já passam de mil filmes para rever. Isso desde os tempos do VHS, fitas que ainda o acompanham.
Eu acredito que Marcelo entende que não há “leitura” definitiva. Todas as vezes que assiste-se algo de novo é como se fosse da primeira vez em alguns momentos, mesmo que se saiba cada diálogo decor. É que as histórias têm o poder de fazerem referências aos nossos sonhos, angústias, fantasias e realidades. E como tudo muda com o tempo a gente vê diferente todas as vezes.
Filmes têm o poder de falar do que gostamos mesmo que os personagens sejam todos de muito longe. Têm também a capacidade de fazer que a gente viva num mundo completamente diferente, faz da vida real mais mágica e leve.
É por isso que todo mês Macelo leva pelo menos 5 novos DVDs pra casa. Mergulha em sonhos, nas falas, na própria vida, na vida do outro e no trabalho de Anthony Hopkins, Julie Walters e Tom Wilkison.
As histórias dos filmes são feitas para Marcelo, têm como matéria-prima os sentimentos universais que o cercam. E Marcelo vive diferente do que vê nas telas. A vida não imita a arte e a arte não imita a vida. A arte é para a vida, faz a vida e alimenta-se de vidas como a de Marcelo.