Mineiros ao mar – Parte II
Um moedense me contou o time de futebol “Joelho d’água” tinha como tradição jogar uma partida anualmente em Guarapari, no Espírito Santo. Depois da disputa, o que interessava mesmo era o banho de mar, independente se tivessem ganhado ou perdido. O que importava era competir passear na praia, beber uns goles, fazer bagunça, ter muita história para contar.
E foi uma mistura de tudo isso que provocou uma pequena grande confusão.
A equipe era toda banguela e os “dentes” mal-ajustados não resistiam à força das ondas. Só que todos os jogadores usavam dentadura e eram doidos com o mar, sonhavam todo dia com a hora do time chegar à Guarapari mais pela praia do que pelo campo. Um deles até pegou o sorriso em meio a uma onda. Foi aí que o centroavante resolveu cuidar dos pertences dos companheiros enquanto tomava uma branquinha.
O time entrou no mar desfalcado, sem dentes e um dos jogadores, que preferiu ficar na areia. Ele deixou as dentições todas sobre uma canga que a mulher obrigou-o a levar. Enquanto os colegas aproveitavam o mar, ele se deu conta do quanto estava feio aquele monte de dentadura e tratou de colocar tudo numa sacola que tinha à mão.
A turma voltou e ficou doida, sem saber como faria para reaver o sorriso certo. Foi um tal de experimentar e ver se não ficava muito bamba ou apertada na boca, teve gente que só conseguiu pegar a dentadura certa quando um dizia que tava frouxa demais e o companheiro era mais boca aberta, devia ser dele. Porém, até hoje não se sabe se todos os jogadores do Joelho d’água conseguiram reaver os dentes certos. Correto mesmo é que ninguém deixou de entrar no mar ano após ano, mesmo com o risco de ficar banguela de vez.
Observação:
Leia os causos do Mineiros ao Mar 1 neste link – tem história de banguelas e muitas outras.
Guarapari e suas dentaduras… Rsrs