Lucas Silva e Silva no Mundo da Superlua
Nem Lucas Silva e Silva, do programa Mundo da Lua, exibido na TV Cultura, imaginou um luar sangrento ou tão próximo da Terra. Na mente do menino, cabia São Jorge, todos os sonhos de garoto, mas a natureza superou o que ele pensava. A criação divina deu uma rasteira em um dos melhores roteiristas de programas infantis que já assisti porque nada é uma criação pura, nem na cabeça das crianças ou dos gênios.
E para mim, a realidade dá mais razão de ser ao que é criado. Faz muito mais sentido olhar para o que tem pé e cabeça com boas doses de imaginação. Ler histórias únicas e universais ao mesmo tempo sacia meu desejo por algo novo e sensação de pertencimento, a vontade de me ver no mundo dos livros, pinturas, etc. Taí “100 anos de solidão”, com todo realismo fantástico de Gabriel Garcia Marquez, uma mescla de histórias triviais com o que nunca seria possível. Ou não? Há tantos acontecimentos loucos que não duvido de nadinha, nadinha. Na dúvida, me divirto e admiro o que os grandes artistas “inventam”.
Imagino que se o seriado passasse até hoje, teríamos os melhores episódios baseados nos fenômenos que fizeram tantos irem para a janela nesta semana. Ah, eu daria tudo para vê-los, mas sei que as asas da imaginação levam pitadas, às vezes gigantes, de realidade. Quando Lucas Silva e Silva foi Pedro, do Castelo Rá-tim-bum, ele assistiu a um eclipse solar cheio de faz de conta. Na época, me lembro, sai a procura de negativo para proteger a visão quando o fenômeno ocorresse, como fizeram Nino, Bia, Zequinha e outros.
Mas eu daria tudo para que fosse gravado o episódio Mundo da Superlua. Na minha cabeça, ele foi roteirizado com um menino que explicaria o encontro do sol com a lua da forma mais fantástica que possa existir, iria até lá conversar com os dois sem se queimar nem cair em nenhuma cratera lunar. Uma dessas tantas lendas que envolvem eclipses seriam o pano de fundo da história. Tenho certeza que além, ou em vez, do gravador ele teria um smarthphone a tira colo, postaria em todas as redes sociais da maneira mais criativa, inimaginável para mim. Se o Mundo da Lua já era muito legal, imagina o da Superlua?
Nossa, adorava o programa! Deu saudades!