Praga de cruzeirense pega
Dizer que o Galo tem dado um baile no maior rival de todos os tempos é lugar-comum. Ontem foi mais uma vitória do alvi-negro sobre o Cruzeiro, eliminado dentro de casa do Mineiro, campeonato que eles dizem não significar muito, inclusive, ao contrário das derrotas para o Atlético.
Reverter as vantagens do adversário eu já esperava, tem sido a maior característica do Galo. O que eu custei a entender é que praga de cruzeirense pega, feito praga de mãe. Só que os deuses do futebol estão caminhando ao lado do Atlético, assim, mesmo que as palavras tornem-se realidade, o resultado final é um pouco diferente do que os cruzeirenses pensaram.
Quando disputamos o clássico mais decisivo, Atlético e Cruzeiro na Copa do Brasil em 2014, ouvi de um cruzeirense:
— Vocês conquistaram a Libertadores há pouco tempo, não vai ver o Galo ganhar um título tão cedo.
De fato eu não vi, mas o Atlético ganhou. Fui ao aniversário de uma amiga e pensava em voltar antes do início da partida, mas a chuva não deixou, eu estava de moto. Depois de pensar em ficar lá para assistir ao jogão, a luz acabou antes do primeiro tempo. Na chuva e no escuro não era possível ver nem a partida nem voltar para casa.
Para mal dos pecados, os dados do celular de todos estavam no fim, nem pela internet conseguimos. Daí, ficamos de olho, ou melhor, ouvidos abertos para escutar as torcidas. Só que nas proximidades também estava assim, no escuro. Só podíamos ouvir foguetes ao longe, os quais nem sempre significavam gols.
O coração disparava com o barulho do foguetório, mas tínhamos que ligar para quem assistia e confirmar o que estava acontecendo, quase sempre era um atleticano antecipando a vitória, já que o jogo teve apenas um gol de Tardeli, ainda no primeiro tempo.
Eu não vi o Galo ganhar o título mesmo, ooooh praga, hein? Deve ser porque o freguês, de uma forma ou outra, tem sempre razão. Praga de cruzeirense pega, ainda bem.