A conta não fecha
Nunca fui boa em matemática. Teve uma época que até me esforçava, fazia as lições do Kumon religiosamente, aulas particulares, mas agora, quando me desafiam com números meu cérebro congela, se recusa a resolver. Só gosto deles para embasar matérias jornalísticas, “provar” que uma taxa aumentou ou diminuiu.
Mas eu tenho certeza que matemática é difícil para a maioria, até para experts nas ciências exatas. Nos eventos a polícia estima um público péssimo perante ao que veem os organizadores. Mentira? Veja só as manifestações de domingo, tive crises de riso com a discrepância dos números passados pela organização e PM. Só que o X da questão é bem mais amplo. Um nem sempre é um apenas, tem quem valha por dois e quem soma pouco ou quase nada ao estar conosco, em um grupo ou até mesmo na família.
Tem quem se junta com o outro e vê os motivos da vida se multiplicarem ao se dividir. E quem pensa que será mais ao encontrar um par, mas se anula, se confundi com o outro tanto que deixa de existir como ser único, unidade.
Pior é na hora de pensar do que se precisa para viver. Tem quem pense que quanto mais melhor, dinheiro traz conforto, viagens luxuosas, carros, prazer… E aqueles que entendem que menos é mais, simplificar é o melhor caminho. Foi o que mostrou o Globo Repórter de sexta passada e o que já vi dar certo fora da televisão. A discussão de ter mais ou menos para ser mais dá um livro e eu nunca consigo chegar em um consenso, já vi gente brigar demais e outros tentarem convencer quem é muito com pouco a mudar de vida.
A matemática no dia a dia é diferente para cada um. Nunca é uma ciência exata e a conta até pode mudar com o passar do tempo. Eu, pelo menos, enxergo assim, nunca concordei que houvesse só uma resposta. Vai ver que é por isso que eu não chegava ao resultado correto. Na época eu sofri, mas agora sei que somar, dividir e multiplicar a minha maneira é bem mais divertido do que mandam os matemáticos.