Ser plus é poder ser mais
O mundo tem me deixado confusa. Alguns dizem que estou magra, mas ao abrir matérias sobre plus-size, me reconheço no corpo de muitas das modelos. Eu não acho que elas estejam acima do ideal, nem eu, que já tive 10 quilos a mais e bochechas bem maiores. Por isso, perguntei para uma amiga que já foi modelo plus, qual é o conceito. Descobri que há controvérsias, como eu já havia percebido. A plus size pode ter a cintura fina, quase nada de barriga, mas um quadril ou seios avantajados. Faz sentido eu me achar no corpo delas, então, pois estou longe de ser mulher fruta ou ter o corpo das modelos com quadril com menos de 90cm.
Eu procurei saber não por estar insatisfeita comigo, mas porque achei estranho tantas mulheres parecidas com minhas amigas magras nos catálogos plus-size. E muitas das modelos com medidas maiores são mais bonitas que as magrinhas, pelo menos na minha opinião. Não é exagero meu, gente. Olha essa aí, abaixo, Robyn Lawley, é considerada plus por vestir 40. É linda, não?
O melhor de tudo é poder dizer que tenho um corpo de modelo, plus, de forma bem-humorada. Antes, com minhas medidas jamais aceitas no universo da moda, só me restava pensar porque tanta magreza se não é preciso isso e nem saudável, em alguns casos. Com as plus me reconheço. Bom saber que há outras na mesma situação e que o dito, para as modelos: “quadril grande, conta pequena”, pode ser diferente para o segmento plus. Há outras que são bem mais pesadas e igualmente bonitas, importantes para mostrarem que a beleza é para todas, não só quem tem uma determinada parte do corpo mais avantajada, mas o corpo inteiro. Para mim não tem isso de ter que ser isso ou aquilo para ser bonita, se olho uma gordinha e acho bonita não vou considerá-la feia só por estar fora do padrão; se uma magérrima é bela não vou considerá-la feia também só porque, normalmente acho quem tem curvas bonita. Mas eu acredito, no caso das modelos, que a vida das plus é mais tranquila.
Plus é mais ao pé da letra, cheinha, porém mais desencanada também. Enquanto a modelo padrão tem que fazer um esforço danado para não sair do padrão, a plus pode relaxar um pouco. É claro que exige certo cuidado também, mas menos rigoroso do que as das tops magérrimas, excetos as magras por natureza.
A magreza, em alguns casos no mundo fashion, também preocupa e nem é bonito de se ver. Na França, por exemplo, as magérrimas foram proibidas de desfilar no Paris Fashion Week como medida para combater a anorexia.
Nessa confusão de magra ou não, o melhor padrão é aquele que faz com que a pessoa se sinta bem. Comentários de revistas fazem pouca diferença a partir do momento que a gente se aceita. Eu nem tenho como mudar meu quadril, é uma questão estrutural e não estou interessada em ser magrinha demais. Estou preocupada em ser leve de alma, que é o que realmente conta e faz bem.