Conterrâneo mundialmente famoso dos ibitirenses
30 de junho de 1957. Essa é a data que muitos ibitirenses pensaram que o pequeno distrito entraria para a história por ser aniquilado. Uma forte luz, vermelha, amarelada e por fim prata, cortou os céus em círculos e fazia um barulho que parecia anunciar o fim dos tempos, pelo menos para a vila. A população ficou apavorada. E não fosse pelo sócio do Centro de Estudos Astronômicos, hoje Ceamig, estar a caminho de Belo Horizonte, o espetáculo amedrontador visto nos céus se tornaria uma lenda e não história. Ao se dar conta do evento, o pessoal do Centro colocou a imprensa a procura de informações e mandou circulares para as prefeituras mineiras a um raio de 100 quilômetros do local de onde o pesquisador passava, pois o ruído de um asteroide só poderia ser ouvido a essa distância. Como Ibitira na época tinha cerca de 200 habitantes e nem hoje tem jornal, dias depois voltaram lá por dedução.
E veja só a inocência. Conta-se que um trabalhador rural viu uma “pedra diferente” em uma fazenda quando foi pegar lenha e levou para o amigo farmacêutico. O farmacêutico ficou com a rocha sem ao menos desconfiar que era um meteorito valioso. Assim, deixou o pesquisador levá-lo. Pronto, escapou-lhe das mãos algo que valia ouro, já que anos mais tarde foi vendido por R$ 100 mil para um centro estrangeiro. A boa notícia é que os pesquisadores dizem ser possível que alguns fragmentos ainda estejam em Ibitira, mais precisamente nos arredores da antiga Fazenda Monjolos. Não reluz, mas é ouro. Então, pode ser que eu mesma tenha chutado uma dessas pedrinhas e ainda xingado por ter machucado o dedo, né?
Olha ela aí, para olhar pro chão com cuidado quando estiver pelas bandas da Bitira.
E como veio parar aqui, justo em Ibitira? Os cientistas dizem que Júpiter atraiu a matéria da lava de um asteroide e mandou para o Sistema Solar, anos depois caiu lá na Fazenda dos Monjolos. É considerado raríssimo, o único encontrado com o aspecto da foto no mundo. Oh pedrinha, hein? Quem quiser conhecer esse que deve ser meu único conterrâneo mundialmente famoso pode ir ao Museu de Minas e do Metal, Belo Horizonte, que parte dele está lá, a outra parte só na Europa, longe dos olhos de gente comum.