Forasteiros em casa na Cidade do Divino
“Divinópolis é uma cidade de forasteiros”. Foi o que disse meu amigo arcoense Gabriel Rodrigues certa vez. Como forasteira que também sou, concordei. Não só por isso, mas por encontrar com gente de todo Centro-Oeste mineiro, até nordestinos, alemães, argentinos e portugueses na maior cidade da região. E olha que tem mais gente de fora querendo um lugar por aqui. Não raro um amigo me pergunta como é viver em Divinópolis, por ser um dos lugares que pensa em morar.
Ontem, data na qual a cidade completou 103 anos, as redes sociais ficaram repletas de agradecimentos de forasteiros que entendem que há muito o que melhorar, porém, a forma que essa terra acolhe a todos supera as dificuldades. Convenhamos, se fosse ruim voltaríamos para nossas cidades natais ou seríamos migrantes em outras partes deste país ou cidadãos do mundo. A verdade é que quem aqui procura um canto e oportunidades, ama. Eu acho que se todos os forasteiros resolvessem mudar a população diminuiria consideravelmente.
Sim, conheço “Divinopolitanos da gema”, fruto da união de um forasteiro com um nativo ou de duas pessoas que se encontraram na cidade. Meus filhos provavelmente vão ter Divinópolis na certidão de nascimento, serão fruto do casamento de dois migrantes apaixonados pela cidade.
Engraçado é que a maioria dos forasteiros disseram ao homenagear a cidade ontem que adotaram Divinópolis. Eu já considero é que a cidade me adotou. Morei aqui com menos de dois anos de idade, depois voltei na adolescência por três anos e quando pensei que nunca mais voltaria me vi na Terra do Divino novamente.
Acho que foi de tanto eu profetizar, mesmo sem muita fé. Quando perguntavam se eu gostava de BH minha resposta era que sim, mas se fosse para escolher uma cidade para viver seria Divinópolis. Uma oportunidade surgiu e voltei, desconfio que para ficar. Como é boa essa sensação.