Porque Mozart não terminou sua música mais famosa e muito mais
Requiem in D minor é uma canção que Mozart nunca conseguiu terminar, porém é a música mais famosa do compositor alemão. Vítima de febre reumática aos 36 anos, a obra-prima foi escrita nos últimos dias de vida de Mozart. No livro Mozart – sua vida em cartas, de Gloria Kaiser, o músico conta que o requiem tomava boas partes dos seus dias e noites, porém, se empenhava bastante, pois, embora não soubesse ao certo quem havia encomendado, sabia que era um nobre. Além disso, o freguês deixou uma mala recheada de dinheiro para o gênio, que até então não era reconhecido assim. Ele era um conde poderoso da Áustria, Walsegg-Stuppach. Porém, o livro sobre a vida de Mozart contado em cartas revela muito mais.
Fama e dinheiro só vieram depois que a morte levou Mozart. Considerado criança-prodígio por uns e usado pelo pai, também músico por outros, o alemão batalhou desde bem pequeno e quase sempre perdia para nomes na época consagrados e hoje pouco lembrados. A intensa batalha não era só dele, mas de toda família para que o talento do menino fosse reconhecido.
O pai, Leopold Mozart, viajava com ele e a irmã pela Europa. Alguns até reconheciam o talento dos prodígios, principalmente de Mozart, mas outros não davam atenção. A pior situação era quando as pessoas acusavam o pai de compor para o filho executar apenas, o que não ocorria. Com o tempo apenas Mozart seguiu na estrada com Leopold e depois trilhou seu caminho sozinho. O pai de Mozart era bastante rígido, quando criança o pequeno pediu ninguém mais ninguém menos do que Maria Antonieta, também criança na época em casamento, uma brincadeira infantil suficiente para provocar grande confusão.
Marido carinhoso
O assunto mulheres era sempre tratado com dedos. Mozart se apaixonou por Aloisia Weber, uma cantora, compunha para ela e o pai era contra. Ele precisou até se mudar para Paris a pedido do pai. Resultado: a mulher ficou famosa e quando ele voltou na tentativa de reconquistá-la era tarde, tempos depois se casou com um homem rico. Daí em diante parece que Mozart ficou menos obediente ao pai, tanto que se casou com Constanze, irmã de Aloisia. Leopold só mudou de ideia sobre o interesse da sogra no casamento depois que visitou-os em Viena.
As cartas trocadas com Constanze são muito bonitas, mostram devoção e carinho de Mozart com a esposa.
Já as trocadas com o pai são sinais do quanto ele o obedecia e dava importância ao elo pai e filho.
Babados europeus contados por Mozart
O livro é uma maneira leve de saber como foi a vida de Mozart, homem que não teve tempo suficiente de vida para saber que seria considerado um dos maiores nomes da história mundial. Como pano de fundo é possível viajar pelos principais pontos culturais da Europa no século XVIII, esbarrar com Bethoven, que foi aluno de Mozart, e muitas outras figuras históricas. Em tom de disse me disse, Mozart fala do casamento de Maria Antonieta com Luís XV demorou um ano para consumar o casamento com a francesa devido à “problemas íntimos”. Outras curiosidades e babados que rolavam na época, bem engraçados também podem ser lidos em algumas linhas, apesar de não ser a tônica do livro e nem a melhor parte. A leitura é bem rápida e nem por isso menos rica, indico.