Os dois senhores do tempo
O desejo e a urgência são senhores do tempo. Mesmo que ele já esteja contado, o que é prioridade ainda encontra uma brechinha e a urgência desce goela abaixo. O desejo sempre aparece – fica na cabeça do super ocupado(quem não é hoje?), espreita a agenda, o desânimo com algo que já vinha moribundo e ZÁS – uma hora se encaixa na vida. A vontade, o desejo genuíno, faz minutos ficarem mais elásticos, tira da reta o que tem menos importância e encontra o tempo.
40 minutos por dia, um final de semana, o ano inteiro, uma vida… É por isso que a frase “não tenho tempo para isso ou aquilo” é real. Ninguém encontra tempo para o que ache uma chatice, sem importância. Já para o que é recorrentemente um desejo da-se um jeito. Existem urgências que mandam o desejo pra escanteio. Porém, ele retorna, de vez em sempre aparece – em uma tarde cheia, em um dia com um milhão de prazos prestes a estourarem, em uma noite de insônia. Quando está tudo bem – na calmaria de um feriado, em um passeio tranquilo, no café da manhã e até nas férias também.
2015 me provou que tenho tempo para o que realmente quero. Nem sempre quando quero, porém para tudo que desejo em algum momento. O problema é que o desejo compete em desvantagem com as urgências e prioridades. Entretanto, alguma hora o que desejei encontra seu lugar, dá um jeito de eu fazer caber no calendário. É um senhor insistente, que pode morrer no meio do caminho quando não é tão forte. Só os desejos mais fortes sobrevivem aos duelos com as urgências, prioridades das fases da vida.
O Texto do Dia é um exemplo. O levei bem a sério, tanto que muita gente me pergunta se só estou “trabalhando no blog”. A resposta negativa faz surgirem várias outras perguntas. “Como arruma inspiração e tempo todo dia?”. Eu própria me questiono, e a resposta é sempre que desejei tanto que desse certo que arrumei um jeito. Abri o olhar, deixei a mesa do bar mais cedo algumas vezes, sentei de frente ao computador sem nenhuma ideia e fiz que nascesse algo.
Duelo das horas
Meu tempo e minha inspiração vieram de um desejo que sempre bateu a minha porta durante meses. Virou prioridade, urgência, realidade. O tempo é mesmo relativo. Importâncias e desejos, senhores do tempo, brigam para tê-lo a todo momento. Bom mesmo é quando o desejo vence!