Memórias de 2015: uma retrospectiva eterna

Memórias de 2015: uma retrospectiva eterna

Começaram as retrospectivas de 2015. Hoje me deparei com um desses aplicativos que juntam o que foi compartilhado e entendido(pelos algoritmos, máquinas) como marcante no ano. Em um clique tive a surpresa nem tão surpreendente assim: no meio das fotos entre janeiro e dezembro há imagens de 5 anos atrás, 20, de quando eu era criança e minha mãe estava aqui, além de um tempo que amigos do peito estavam mais perto.

Seria esquisito se parte do que vivo e sou hoje não fosse lembrança, passado… Há dias que o tempo parece parar, volto décadas ou em 2010 e relembro o que foi mesmo importante para mim. Às vezes o que está no passado é mais importante do que o que fiz horas atrás, minutos. Sei que muita gente vai dizer que não vivo o presente, porém depois de um tempo muita coisa volta, me refaz, é ressignificada ou perde o valor, cai no esquecimento. É o poder implacável do tempo.

Vivo bem o hoje, mas a nostalgia, e principalmente a saudade, é presente, uma rotina para mim. Talvez porque eu era muito pequena quando as distâncias foram apresentadas. Ainda bebê vivi longe dos meus pais por 11 meses, depois do meu pai por um ano e mais tarde por três.

Crescer me trouxe mais lonjuras ainda – amigos foram para longe, pessoas amadas partiram… Principalmente quem está longe ou em outro plano é que me mostra o quanto o passado é importante e presente. Eu escuto conselhos de amigos, da minha mãe, e gracinhas de quem se foi ainda criança o tempo todo. Tenho saudades das festas em que quem está longe esteve comigo, de um cotidiano que a vida adulta não me permite viver mais.

Como canta Frejat, há sabor e medo em cada idade e com os anos a saudade é um dos dessabores que aumentam. Por isso é que as memórias de 2010, 1995 são parte de 2015. 2015 será parte de 2016, 2017, 2018, 2036, toda retrospectiva é eterna. Sou feita de tudo que vivi, nenhum ano acaba, nada se vai por completo, me contrói indefinidamente.

Painel de memórias com retrospectiva pessoal

Fotos antigas: Eu e meu pai na parede verde(2014), Rachel e eu imagem da piscina (2010), com Delsinho – imagem do algodão doce(2010), com meus irmãos(1995) – eu, meus irmãos, pai e mãe (algum Natal lá pra 2007,2008)

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

Oi, o que achou do texto de hoje?

Você tem 5 comentários
  1. Thais at 12:58

    Oie!!!!
    sabe que essa semana também estava pensando muito no assunto, acho que o fim de ano sempre nos traz muitas reflexões… o tempo está voando ultimamente, tudo está passando rápido de mais, temos que aproveitar os momentos com toda a intensidade do mundo!!.
    bjs

  2. Jhonatan Almeida at 19:02

    Olá.
    Lendo seu texto surgiram algumas coisas na minha cabeça. Exatamente pelo fim de ano, despedidas, separações de amigos, férias escolares, do serviço, mudanças ou sei lá quantas outras coisas… tudo isso nos faz julgar quem somos, o que tal pessoa fez por nós e quem já passou por nossas vidas. O que podemos fazer é tentar reviver épocas já esquecidas, buscando o que chegou ter há anos e que hoje não tem mais.
    Gostei do que escreveu. Abraços.

  3. Tony Ferr at 15:10

    Olá!

    Nossa achei super interessante esse seu post, eu tava até pensando em fazer um no meu e achei bem diferente.
    Sempre é bom relembrarmos coisas boas ne?
    Um abraços e sucesso!

    Tony
    Dicas Literárias

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