Quando a calma é demais
O normal é que as pessoas cheguem a um ponto que se convençam da necessidade de se acalmarem. Comigo aconteceu exatamente o contrário. É a calma que passa, ou passava. Preciso é de dizer mais o que penso, defender minhas convicções, mostrar e fazer o que quero. Por ter sido uma criança e adolescente que aceitava tudo muito facilmente, deixei de fazer tanta coisa… Agora que aprendo a ser gente grande já vi que não dá para ser tranquila demais, em nenhuma área. Não falo aqui de impor todos os meus desejos, mas de não deixar que me usem como instrumento para viverem da forma mais cômoda possível, com minha ajuda.
Calma, em certos casos, faz bem para aqueles que convivem comigo, pra mim mesma é um mau. É diferente de serenidade. Serena eu quero ser para sempre. Leve com minhas escolhas e com o que vem sem que eu peça. Porém, a aparente calma faz com que um milhão de tarefas, reclamações, cheguem até mim…
Não sou sinônimo de calmaria; tampouco o antônimo. Só que antes tentar dar fim a uma situação, analiso tudo, meço cada palavra e gesto, com serenidade. O problema é quando chego ao limite antes de essa análise terminar, ver uma pessoa aparentemente calma brigar é assustador. E o normal é que depois não venha o arrependimento, até peço desculpas, às vezes pelo tom, nunca pelo teor, me vejo mais leve, sem remorsos. E claro que dá para negociar com tranquilidade, porém certas pessoas precisam é ter a certeza de que não estou de brincadeira.
O bom mesmo seria não precisar brigar pelo básico, contrariar minha essência para conseguir algo que já é meu.
A gente cria resistência, defesas de acordo com o que vive, feito uma rosa que jovem não tem espinhos e permanece rosa, oferece o que machuca e o que é belo, para os que sabem apreciar, sem tocar onde não se deve.