Stalk

Stalk

 

Sabe aquela história de que quem procura acha? Nunca foi tão atual, né?

Na era do crush e das relações cada vez mais interconectadas – e, às vezes, mais distantes – vasculhar a vida do outro virou quase passatempo. Ah! Você não sabe o que é crush? É aquela pessoa que não sabe que você gosta dela. Aquela por quem você tem uma queda, por quem você arrasta um bonde, que você namora – mas ela ainda não sabe.

O nome moderno pra vasculhar a vida do outro você sabe, né? Sltak! Vem do inglês e significa perseguir, mas por aqui a coisa é geralmente menos pesada.

É quando você vê todas as fotos do Instagram do crush. Quando você segue no Twitter, no Snapchat, adiciona no Facebook. Nossa, o Facebook é um perigo pro stalker! Sabe por quê? Porque é exatamente lá que a gente encontra a maior parte daquilo que tá procurando – e quase sempre não quer ver.

Se o caso tá meio avançado, a gente fiscaliza cada curtida de foto, cada data, cada interação. Nossa! Agora, com essas reações novas da rede social, vai ser um inferno!

Cada ‘amei’ num post ou numa foto vai ser um caos! “Será que já está ficando com quem ‘amou’ aquela foto? Será que eu demorei demais pra dar um ‘oi’? Duas semanas são suficientes pra gente se apaixonar?”

A verdade é que o stalk é a representação quase física da insegurança, da desconfiança, dos ciúmes. E, olha,  nada disso é saudável!

Se não existe relacionamento, se – aliás – não tem nem proximidade – porque você adicionou o crush nas redes sociais ontem – a insegurança só faz você duvidar de si mesmo. Faz a gente achar que não é o bastante, que tem que ser é aquela pessoa que deu o ‘amei’ na foto!

Mas quando a desconfiança nasce sem motivos num relacionamento, brota simplesmente da nossa própria imaginação fértil, ela é devastadora pro outro. Afinal de contas, é a gente sendo injusto, julgando sem razões.

E quando ela nasce motivada, ela é prejudicial pra nós mesmos! Se o impulso de ir atrás do que o outro tá fazendo on-line, se vê é uma interação suspeita ou algo que um amigo – de verdade, viu! – te alertou pra olhar, é bom largar mão logo!

A gente fica olhando todos aqueles likes, aqueles comentários, aquelas mensagenzinhas – que parecem – cifradas e vai se corroendo. Vai se destruindo de dentro pra fora e sofre quieto.

Porque tem isso. O stalker é diferente do ciumento clássico. Ele costuma guardar o que vê! E, presta atenção, tô falando vê porque nem tudo que a gente olha a gente enxerga!

Chega uma hora, porém, em que a gente tem que abrir os olhos e dar logo a letra é o melhor! Sabe por quê? Porque quando a gente conversa a coisa anda!

Não interessa se vai desandar, interessa é que vai sair do lugar. Pro bem ou pro mal! Stalkear pode ser divertido, só não pode virar a base da paquera e muito menos do namoro!

Pronto, é isso!

Escritor por Simião Castro Veja todos os textos deste autor →

Simião é jornalista, repórter de política, escreve contos e crônicas. Também conta histórias em áudio, vídeo, o que você pedir, é produtor multimídia, saca um pouco de tudo. “Eu tento ser um jardineiro das palavras, um aventureiro das sílabas. Duvido de tudo e prefiro assim! As certezas me assustam. Quem tem certezas demais também”.

Oi, o que achou do texto de hoje?

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