Reclamar resolve sim

Reclamar resolve sim

Reclamar não resolve? Há controvérsias, depende de para quem reclamo ou para quê. A reclamação crônica, aquela de todo dia, toda hora, realmente tem pouco valor, mas quando falo com a pessoa certa, no lugar correto dá certo ou é, no mínimo, o primeiro passo para uma solução.

Experimente só ter um problema com uma operadora e postar no twitter. Em um minuto a gloriosa empresa de telefonia se mexe para resolver. É um SAC muito melhor do que os números 0800 de reclamação. Acho que por isso mesmo reclamo tanto em 140 caracteres. Funciona mais do que ligar para certas pessoas para desabafar, que seria meu 0800, meu SAC amigo. Não por culpa delas, todo mundo anda mesmo sem tempo; paciência é artigo raro e caro. Só que o SAC da minha vida é menos eficiente do que das empresas, principalmente para os problemas condenados a existirem para sempre.

Porém, às vezes, ao reclamar só quero deixar a situação menos pesada, não espero que as palavras resolvam tudo como mágica, porém fico mais resolvida com relação ao problema ou a forma de encará-lo. E digo que de certo modo resolve, como diz “Bruno, o horrível”, “estou satisfeita em reclamar”.

Falar do que me aflige dá um certo alívio, por isso que reclamar resolve. Me ajuda a suportar a carga que está sobre meus ombros. De vez em quando até encontro quem sofra do mesmo mal ou que ache meu drama engraçado. Em certos casos é mesmo, tento ver graça, ironizo para deixar o sofrimento e a reclamação com uma cara um pouco mais simpática.

Reclamões são mal vistos e chatos, o jeito é apelar para o riso. Este sim é aceitável, mesmo quando há uma reclamação ali. Acredito muito no ditado de que “o bom humor torna tudo suportável”, eu reformularia para: “o bom humor e reclamações moderadas tornam tudo suportável”.

Já que não há como ter uma vida sem problemas, o jeito é aprender a dividir espaço com eles, principalmente para os sem sombra de solução.

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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