O momento certo para dizer sim

O momento certo para dizer sim

Casamento no civil

O dia do sim

Certa vez, o poetinha disse que amar é querer ficar perto se longe; e ainda mais perto, se perto. Foi bem assim comigo. Comecei minha história separada por 180 Km, depois reduzi a uns míseros quarteirões e de repente me vi antecipando os planos do casório, pois eu ainda sofria de lonjuras. Dessas que fazem o relógio caminhar devagar e o corpo perder a capacidade de realizar outra ação a não ser conferir o celular e ficar imóvel no sofá esperando ele ligar.

Geralmente, esses planos só começam quando o casal – ou pelo menos um deles (o homem, dizem) – ganha muito bem. É o que acontece no meu ciclo de convivência. Contrariei, ou melhor, assustei muita gente quando disse que iria me casar sem preencher esse pré-requisito. Considero irracional adiar a união porque não tenho dinheiro para passar a viver com muito mais conforto do que antes da vida de casada.

Tudo que eu tinha na época, e continuo tendo, é uma renda mensal suficiente para pagar as contas do mês com a ajuda do meu marido. O que sobra mesmo é a vontade de ficar junto, de construir uma vida a dois no sentido mais amplo da expressão. E eu não me arrependo de ter dito sim bem antes do que eu mesma previa.

Acredito que casamento não é uma divisão que marca o início de uma era financeira, que temos, por decreto, que viver com muito luxo e conforto. Para mim, é o início de uma etapa de lutas com alguém ao lado para dar apoio, dissolver os medos, dividir as alegrias e aflições. Batalhar ao lado de quem amamos, nos apóia e entende é bem menos penoso do que ficar sozinho, bordando enxovais e adiando datas.

É sim um marco, entretanto afetivo. Por isso, como toda noiva, não abri mão de dizer sim de forma bonita e com festa. Foi bem simples, porém os detalhes foram pensados cuidadosamente. Foi o suficiente para celebrar nossa alegria com os amigos e familiares. De lá para cá é isto que continuamos fazendo, comemorando cada dia que dormimos e acordamos juntos. Claro que celebramos também as conquistas profissionais, financeiras.

A rotina e o tempo deixam a certeza de que fizemos a escolha certa. Decisão digna para renovarmos os votos para agradecer as bênçãos e festejar com quem faz parte desta felicidade.

Sobre o texto

Publicado originalmente no Caderno de Noivas do Jornal Agora, no dia 30 de abril. É o mais lido do meu antigo blog, desconsiderando os textos do meu portifólio de jornalista.

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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Você tem 6 comentários
  1. Tuane Tagava at 20:28

    Texto encantador!
    Realmente muitas pessoas tem o pensamento de que para casar deve-se ter uma renda maior! e essas coisas! Mas acredito que isso não é tão importante…
    Beijos beijos e continue a escrever assim!

  2. Carol Santos at 0:11

    Realmente o dinheiro não é ponto crucial para decidir se vai casar, mas acredito que é uma parte fundamental, nunca casei, mas pelo o que vejo nos casamentos de hoje em dia são muitas discussões por causa da situação financeira.

    • Talita Camargos at 1:07

      Carol, sim, o lado financeiro é muito importante. O que eu quis dizer é que não precisa ser dinheiro demais, tem que ter planejamento, controle e consciência do padrão de vida que se pode levar de ambos. Obrigada pelo comentário, moça 🙂

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