Livro: Como falar com um viúvo

Livro: Como falar com um viúvo

Quando recebi o “Como falar com um viúvo” tive a impressão de que iria devorá-lo, o que realmente aconteceu. A trama poderia ser uma tragédia e tem título de autoajuda, mas revelou-se uma comédia.  Doug, Um viúvo, com menos de 30 anos, depressivo, se vê diante de um “enteado” revoltado que prefere ficar com ele do que com o pai; a irmã gêmea que assim que descobre a gravidez resolve se divorciar e muda-se para a casa dele, além da irmã mais nova que conheceu o noivo no velório de Hailey, a esposa de Doug.

E os personagens muito bem construídos não param por aí. A mãe de Doug foi atriz e continua a atuar mesmo depois de abandonar os palcos, o pai era médico e agora fica em casa porque depois de um AVC teve sequelas mentais que o impedem de atuar. Seriam tristes se não fossem cômicos os comportamentos, perfis de todos. E a história tem várias reviravoltas e ganchos que me impediram de largar o livro. Alguns desfechos que eu não previa, do jeito que uma obra envolvente deve ser.

“Como falar com um viúvo” também é o nome da coluna que Doug escreve mensalmente. Antes do desastre aéreo que tirou a vida da mulher dele, o escritor falava sobre celebridades, não parava em nenhum emprego e só deixou de se meter em confusão depois do casamento. Elas voltaram a ser frequentes após a morte de Hailey também. Com a coluna sobre luto, Doug começa a ficar famoso e a ser procurado por editoras, o que o leva a ter conflitos éticos, pois ele não acha justo que uma tragédia o leve exatamente onde ele quer chegar. Mas ao longo do livro, vários conflitos gerados pela perda, começam a se resolver, como é na vida mesmo. Pretendentes, a maioria personagem de encontros desastrosos, também começam a ser empurradas para ele.

O que eu mais gostei é que o final dá margem para uma continuação (que venha o segundo). Outro ponto positivo: as descrições me fizeram enxergar as cenas perfeitamente, o que torna a possibilidade de adaptar a obra para o cinema, que já está em negociação, mais difícil. Apesar de que “Como falar com um viúvo” tem todos os elementos para se tornar uma série.

Apesar de eu ter achado a maioria das passagens engraçadas, há muitas dores nas páginas desse livro, comuns para quem se vê diante de perdas. O que também é muito bem desenvolvido, sem ficar pesado.

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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