Infância nos anos 90: tchan e outros hits da década

Infância nos anos 90: tchan e outros hits da década

É estranho dizer isto, mas todas as vezes que ouço “Segura o tchan”, “Boquinha da garrafa”, “Dança da cordinha”, me lembro da minha infância. Me recordo com muita clareza de uma amiga dizer que iria ganhar o disco do grupo de axé no dia das crianças de 95. Eu já tinha a fita K-7 e todas as tardes a Paulinha, que trabalhava na minha casa, colocava para tocar e nós ensaiávamos – eu, ela, a irmã dela e também amiga, Karina. O shortinho colado, que as dançarinas usavam, também era moda entre nós, alguns centímetros maior, poucos.

Menina sem maldade que eu era, só fui entender porque alguns pais não deixavam as minhas colegas usarem-no, bem como dançar, muitos anos depois. Hoje vejo todo duplo sentido que as músicas tinham e diante dos casos de abuso infantil, não sei se permitiria minhas filhas usarem as roupas também, mais provável que não.

Certo mesmo é que “É o tchan” e “Gerasamba”, principalmente, faziam tanto sucesso com a garotada do meu tempo quanto Chiquititas. O que vejo hoje é um monte de criancinha dançar alguns hits do momento atual, igualmente recheados de duplo sentido. Normalmente, até os pais influenciam e acham lindo a criança fazer a coreografia. Mas vejo que não parte só deles, no meu caso, por exemplo, meu pai e minha mãe nunca gostaram de axé e aos 7, 8 anos, as colegas de escola já influenciam.

Mas nem tudo tinha uma conotação sexual. O É o tchan, por exemplo, tem umas músicas que são quase brincadeira de criança mesmo, como Bambolê e Dança da Cordinha. Claro que o bambolê virou moda, toda menina tinha um. A corda, para pular, já era acessório antigo, daí ganhou mais uma utilidade, em vez de só saltarmos, passávamos debaixo dela, ao som, claro, da música. Desconfio, inclusive, que eles sabiam do quanto a criançada gostava de dançar as músicas deles, daí fizeram algumas direcionadas.

Molejo, Só  pra Contrariar (SPC), Arte Popular também conquistavam a garotada. Adorávamos “A dança da vassoura”, “Mineirinho”,  “Barata”, “Fricote” e “Pimpolho” só para citar algumas.

Assim era nossa infância, cheia de música nada educativa, mas que nos divertia demais. Do meu grupo, ninguém sofreu nenhuma consequência grave por causa das músicas, ficaram só as músicas como boas lembranças mesmo. Por isso que em festas de quem hoje está perto dos 30, e dançava tudo isso, é normal tocar tais hits dos anos 90 e a pista ficar bem agitada, mesmo entre os que atualmente gostam de um bom rock, MPB e etc.

Para finalizar, um vídeo com uma das coreografias mais copiadas na época. Quando passava na TV, lá estava eu para imitar tudo. Se tivesse YouTube naquele tempo, com certeza renderíamos milhares de views.

 

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Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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