Gramática: aliada ou vilã?

Gramática: aliada ou vilã?

A gramática da língua portuguesa é aquela pessoa que te desafia e ao mesmo amplia possibilidades. No entanto, há quem a veja como limitante, já que não entende como usá-la para expandir-se. Só quem conhece bem o português consegue brincar com as regras dele, apenas a proximidade possibilita ao falante ou escritor criar  efeitos de sentido com uma simples mudança de vírgula ou de termos. Isto porque a língua é como aquele líder que traça estratégias para que a pessoa possa ir mais longe. Ele não torna nada fácil, mas possível e mostra caminhos, com o tempo deixa brechas para reinventá-lo.

No português, as licenças poéticas só são concedidas quando há uma certa intimidade, depois que a pessoa já escreveu o feijão com o arroz e tem muito mais para falar. O poeta só pede licença porque esgotou as ordens diretas e o que ele tem a dizer vai além do que qualquer norma diz. E alguém fica bravo por que ele quebrou alguma lei gramatical? Não! Há um encantamento maior do que se tudo tivesse sido escrito como regem as gramáticas.

Escuto muito que o importante é se fazer entender. Realmente, é o objetivo primário e essencial da comunicação. Entretanto, é bem melhor ler um texto sem ter que parar a todo momento porque o autor errou. E pior, porque não soube se fazer entender por falta de pontos, vírgulas, coerência e coesão. Aliás, o pior texto é aquele que não consegue passar mensagem alguma, sem lógica, geralmente causado por ausência de pontuação e elementos de coesão. As frases isoladas podem até estar “certas”, mas no final fica a pergunta: o que eu li?

Por isso, eu não considero a gramática nem aliada nem vilã. É uma amiga quando a entendo e inimiga quando ignoro. Quando sei transmito o que quero dizer com clareza e até de forma bonita, quando não, posso falar o contrário do que queria dizer. Como revisora tenho visto muitos casos assim, o que me entristece bastante. Só que como apenas reclamar não resolve, decidi fazer algo por quem tem dúvidas (todo mundo que escreve, inclusive eu) e vou dar uma dica de português por semana no Portal Centro-Oeste, um site de notícias de Divinópolis e região. Entendo que conhecimento só faz sentido quando espalhado e quero ver muitos textos claros, informativos de fato. Afinal, tenho tanto prazer em escrever quanto em ler. Quero que mais pessoas tornem-se amigas do português e brinquem bastante com ele.

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Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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