Dezembro: ressaca de ano todo

Dezembro: ressaca de ano todo

Dezembro é mês de agenda cheia de confraternizações, cerveja, petiscos, amigos, família… Dezembro é o mês que acordo em plena quarta, quinta e até terça com gosto da noite anterior na boca semana após semana mesmo com muito trabalho a fazer. Porém, minha ressaca vai além da noite passada. Tô ressaqueada do ano todo.

Embriaguei-me de realizações neste 2015, tomei um porre de trabalho duro e engoli algumas coisas que ficaram entaladas na garganta ou fizeram mal ao estômago, à alma, as costas e articulações.

O que é bom também dá ressaca. Basta pensar nas melhores festas que já fui. E cansa, até o que é bom. Como diria Ruth Manus, dezembro é interminável e estou oficialmente pedindo arrego. Nunca fui de seguir a risca o calendário comercial, entretanto, a ressaca do ano veio nesse dezembro. É como se eu tivesse ido a várias festas entre janeiro e dezembro, me arrumado, ficado empolgada e o pique tivesse acabado.

Estou só o pó e ainda tem muito o que acontecer

Dalhe compromisso pela frente, festivo e profissional – 3 confraternizações só na próxima semana, encontros com amigos que aproveitam a época para passear por aqui, festas de família e da cidade natal. Bitira e Badia são festeiras demais e têm eventos ótimos nessa época, todo mundo vai pra lá e além dos compromissos familiares se esbaldam no Dedê, no Clube, na Feirinha, Praça, casas e roças com as farras particulares.

É uma agenda enlouquecedora e muito boa, com motivos para ficar de ressaca no dia seguinte.

Só que como eu disse no início, me bateu uma ressaca do ano todo. Cansaço, sapos engolidos e até o que foi bom demais – tudo na balança e a vontade de dar uma pausa para continuar. Sim, continuar, pois acredito que a vida desconhece isso de fim por causa do 31 de dezembro, os ciclos vitais são bem maiores.

Embora a TV, os jornais e murais do Facebook falem em retrospectiva – um pouco do motivo das ressacas – muito do que é continua. Há planos que ficaram para janeiro, metas traçadas para até junho, projetos novos no primeiro dia do ano porque é o tempo que me dei e preciso.

Por enquanto, fica essa ressaca de ano todo que me faz querer ir pra minha eterna casa, comer o tropeiro do pai, reler o que escrevi, rever o que fiz para me encher de boas energias para recomeçar. Estou cansada e bate um desânimo danado, porém é porque fiz muito e não se tem ressaca com o pouco, só do que se aproveitou como se o amanhã não existisse. Que em 2016 eu também seja assim, termine com uma ressaca boa no final do ano.

 

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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