Ayrton Senna: o homem que tornou a F1 tão importante quanto o futebol

Ayrton Senna: o homem que tornou a F1 tão importante quanto o futebol

Há pessoas que têm o poder de mudar a rotina de uma nação. Ayrton Senna conseguiu fazer com que eu ficasse em frente à TV todos os domingos, bem cedo, como faço quando os jogos de futebol começam. E por quê? Por ser excepcional, era bonito ver o brasileiro passar pela bandeira que indicava a vitória e a música que tornou-se o hino das manhãs daqueles dias. Mesmo que o resultado fosse previsível, a emoção também era. Nunca me cansei de vê-lo no pódio, prova de que o que se repete também nos alegra.

Foi o Pelé das pistas. Embora eu nunca tenha assistido a um jogo do craque sei que a sensação era parecida: os olhos deviam ficar maravilhados com cada show do atleta. E esses ídolos deixaram o brasileiro mal acostumado. Perder um jogo da seleção era impensável há um tempo, bem como uma corrida com Ayrton Senna. Mesmo quem não era fã dos esportes se rendia, a certeza de espetáculo fazia que eu, menina de sete anos, acordasse cedo, me colocasse de frente à TV e vibrasse com o Ayrton Senna do Brasil.

Atualmente, nem sei quando a canarinho joga, dou mais valor aos jogos do Campeonato Mineiro do que a uma Copa das Confederações ou disputa do Mundial de Fórmula 1. Acordar para ver os Felipes está fora de cogitação, o Rubinho, há um tempo, nem comento. Se eu fosse fã de F1 até assistiria, mas não pelos brasileiros, como no tempo de Ayrton.

Chorei quando ele se foi, mas sorri anos depois, quando cresci e a descoberta de que ele fez muito mais que vencer no esporte me apareceu. Hoje, além das lembranças e de saber que uma pessoa brilhante tem a capacidade de hipnotizar uma nação, mudar comportamentos, me inspiro em Senna. Não me canso de ler as frases e de como Ayrton era dedicado aos treinamentos. Ainda bem que foi bem mais que um piloto, o legado do ser humano continua a inspirar. Embora tenha vivido pouco, fez muito por quem o assistia e quem procura saber da história dele agora.

Eu fico com a esperança de que mais Ayrtons inspirem os brasileiros, mudem comportamentos em todas as instâncias. O exemplo que maravilha, que deixa qualquer um boquiaberto tem este poder. Dói saber que domingo a musiquinha não irá tocar, mas me consola saber que Senna foi bem mais do que um vencedor nas pistas.

Para fechar eu não posso deixar de inserir algumas frases do Ayrton Senna.

Para ser honesto, não me sinto o maior ídolo brasileiro. Não me sinto uma pessoa tão importante assim para merecer uma festa durante uma noite toda no Brasil.

Acidentes são inesperados e indesejados, mas fazem parte da vida. No momento em que você se senta num carro de corrida e está competindo para vencer, o segundo ou o terceiro lugar não satisfazem. Ou você se compromete com o objetivo da vitória ou não. Isso que dizer: ou você corre ou não.

Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e competência.

 

Em um dado dia, uma dada circunstância, você acha que tem um limite. Você então tenta ir para esse limite e você toca esse limite, e você pensa: ‘Ok, este é o limite.’ Logo que você toca esse limite, algo acontece e de repente você pode ir um pouco mais longe. Com o poder da sua mente, sua determinação, seu instinto, e a experiência também, você pode voar muito alto.

Tudo que consegui foi através de dedicação, perseverança e muito desejo de atingir meus objetivos, muito desejo de vitória. Vitória na vida, e não como piloto

 

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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