Vida a 9 por 6

Vida a 9 por 6

Estão frescas na minha memória a imagem da amiga Daiana apagada no carro depois das festas. A gente comentava os acontecimentos, ria ou chorava e de repente eu me via sozinha. O sono da Dai era profundo naqueles 15 minutos até chegarmos em casa. Eu achava engraçado e ela dizia ter a pressão baixa. Mais um dos tantos pontos em comum entre eu e ela.

Sou dessas pessoas quietas. Minha erupção é na mente. Eu queria que fosse diferente, porém é algo que vai além do meu gênio, é fisiológico. Todas as vezes que vou doar sangue a enfermeira exclama: 9 por 6, baixinha! Depois me interroga: não sente muito sono?

Sinto muito! Por mim eu ficaria na cama muito mais e ainda complementaria com uma sesta após o almoço, pra mim aquela soneca depois do almoço é um luxo para poucos. Aliás, eu nem me atrevo deitar só 15 minutos, são escassos demais para quem vive a 9 por 6.

Quando não parece que vivo a 9 por 6

Há o que mantém muito acordada. Atividades intelectuais me deixam alerta, listas de tarefas também, já o que exige movimentação de mim é um custo. Eu me forço, pois sei que nem tudo que gosto dá resultado e o que detesto pode me fazer muito bem. Tento vencer o desânimo e vou em frente, levanto alteres, desperto 6h, tomo um café forte.

Penso: vai, menina. Mas confesso: adoro aquelas tardes de sábado que me dedico a dormir, ficar quietinha, sem fazer absolutamente nada! Normalmente o trabalho invade o fim de semana e nele minha pressão parece estar ainda mais baixa. Tanto que troco inúmeras festas pela minha cama. E se vou, dou logo um jeito do desânimo não me pegar. Afinal, se para trabalhar tomo minhas providências, leia-se café, para me divertir também posso.

Só tem uma situação que a pressão parece dar uma elevada: em viagens. A parte que menos gosto é o hotel – quero ver tudo, experimentar, me jogo. Na volta, faço igual a minha amiga Daiana – deixo companheiros falando sozinhos. Assim é a vida a 9 por 6!

Escritor por Talita Camargos Veja todos os textos deste autor →

Talita Camargos é jornalista e flerta com a literatura, procura inspiração em conversas de ônibus, flores, familiares e amigos. Idealizou o Texto do Dia e publicou nos 365 dias de 2015 neste blog como desafio pessoal.

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There is 1 comment for this article
  1. Daiana at 21:56

    Nossa amiga quanta saudade daquele tempo viu, era engraçado mesmo ninguém acreditava, mais o sono tomava conta de mim. Adorei seu texto, muito sucesso irmãzinha te amo!!!

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